domingo, 17 de abril de 2011

Caridade ou dever?

Por,
Camila Moreira Fernandes

          No final de Março, o General David Petraeus, disse que a construção da nação é uma resposta à ameaça dos Estados falidos que ameaçam a estabilidade regional, uma vez que a fraqueza do Afeganistão é uma ameaça à segurança dos Estados Unidos. Para ele a reconstrução do Afeganistão não é uma caridade internacional e nem um exercício para abrandar a culpa ocidental, mas deve ser um ato de desprendimento e de boa vontade. Seu objetivo é promover o desenvolvimento de um governo legítimo e eficaz para evitar um possível abrigo para a Al-qaida ,desestabilizar o Paquistão Ocidental e resolver questões do comércio de drogas. Mas como todo jogo possui dois lados, a guerra no Afeganistão não fugiu a regra. O vice presidente Biden acredita que a reconstrução do Afeganistão deve ser suplantada por uma campanha de guerra por tempo indeterminado. Em seu artigo de 22 de Março à Foreign Policy, Paul Miller chegou a nomear essa retórica de Doutrina Biden da eterna gerra e rebateu dizendo que a guerra deve ser o último recurso e não o primeiro. Miller resalta a importância dos civis norte amercianos no país, pois eles tem desempenhado um papel de consultores junto aos ministros afegãos, dando conselhos para a resolução de conflitos pontuais, distribuindo fundos para a construção e reconstrução de estradas, escolas e hospitais, formando uma equipe de manutenção de energia elétrica e realizando acordos entre rivais políticos em Cabul. E a despeito das críticas ele cita uma frase referente a Segunda Guerra Mundial: “O difícil nós fazemos imediatamente, o impossível demora um pouco mais.” Se esses 10 anos não foram suficientes para no mínimo vislumbrarmos um futuro certo para o Afeganistão, quantos anos mais será necessário derramamento de sangue para que esse país volte a ter flores?

Resumo de notícias da semana:

12 – Em 18 meses a base da ONU no Afeganistão foi atacada três vezes, mas mesmo nesse ambiente de insegurança o subsecretário-geral das Nações Unidas para a segurança, Gregory Starr, disse que eles permanecerão no país.
13 – Durante uma reunião de líderes tribais ao leste do Afeganistão, na província de Kunar, 10 pessoas morreram devido a um ataque suicida e mais 7 ficaram feridas.  A maioria eram idosos sendo que um dos atingidos era um influente comandante pró-governo da província.

14 – Hillary Clinton se pronunciou a respeito das possíveis conseqüências de uma retirada precipitada das tropas da OTAN no país. Ela teme que essa retirada aumente a influência dos talibãs no Afeganistão e que o pouco que foi construído no país fique a mercê de uma política oportunista. Ainda no dia 14 três policiais morreram em um atentado em um centro de formação policial na província de Paktya.
16 – Na manhã de sábado um rebelde suicida se infiltrou na nova base da OTAN nas províncias de Nangarhar e Laghman, matando 5 soldados estrangeiros e outros 4 afegãos.  
“O Afeganistão merece o melhor”.
Uma excelente semana a todos.


Fonte:
G1
Estadão
Foreign Policy

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