domingo, 24 de abril de 2011

Candidatos a Asilo Politico se Revoltam e Incendeiam Centro de Detenção

Candidatos a asilo político estão insatisfeitos com superlotação de prisões e demora no processamento de pedidos.
Cerca de cem detentos se rebelaram e atearam fogo em um centro de detenção para candidatos a asilo político na Austrália.
Um cilindro de gás explodiu e destruiu uma cozinha, a lavanderia, uma enfermaria e um centro de computação. Nove edifícios do complexo foram incendiados, as chamas chegaram a dez metros de altura.  Bombeiros e Policia de Choque foram acionados. 
A rebelião começou na quarta-feira(20/04) com apenas dois detentos, e foi logo seguida por outros dez. Durante à noite de quarta, a insatisfação cresceu e incorporou cerca de um quarto de todos os presos no complexo de Villawood,  
É o segundo episódio deste tipo no país. No mês passado, uma prisão na Ilha Christmas foi palco de outra rebelião. Com capacidade para amparar a 800 pessoas, Christmas alberga atualmente a dois mil imigrantes que chegaram neste ano, situação tem preocupado e alarmado australianos.
O repórter da BBC Nick Bryant, aponta que os detentos estão insatisfeitos com a superlotação das prisões e a demora no processamento dos pedidos de asilo. Segundo o repórter, as tentativas de rebelião, suicídio e autoflagelo estão aumentando à medida que cresce a migração para a Austrália. Nos últimos oito meses, seis pessoas morreram em custódia no país.
No ano passado, a organização de direitos humanos Anistia Internacional alertou para a  deterioração da saúde mental de alguns candidatos a asilo detidos em Ilha Christmas, por conta da pressão e das incertezas sobre a sua situação pessoal e política.
Um porta-voz do Departamento de Imigração australiano disse que a rebelião "não é o tipo de comportamento condizente com alguém que deseja fazer parte da comunidade australina".
 Após o acontecimento dessa quarta-feira (20) no Centro de Detenção de Villawood, a Primeira Ministra da Austrália, Julia Gillard, analisa com seu gabinete uma nova política fronteiriça para frear a avalanche de refugiados que reclamam asilo político. A contínua chegada de barcas e chalupas desde Afeganistão, Irã e Sri Lanka tem sobresaturado os centros governamentais de detenção e tem detonado a polêmica nacional sobre o tema da imigração. A primeira Ministra explicou que não é uma questão de intolerância ou racismo, mas sim de segurança fronteiriça e sendo assim nacional.

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