O Timor Leste é um país localizado na Ásia e conseguiu sua independência recentemente no ano de 1999. Longos períodos de luta para garantir sua liberdade e seu destino como nação marcaram sua historia, centenas de anos como colônia portuguesa e vinte e quatro anos de forte intervenção estrangeira (mais especificamente da Indonésia) traduzem as dificuldades enfrentadas pelo país. A Indonésia começou a intervir no futuro político de Timor-Leste logo nos primeiros dias após a Revolução dos Cravos, que teve lugar em Portugal, em Abril de 1974, no início do processo de descolonização. As Forças Armadas da Indonésia impuseram soluções militares aos problemas políticos emergentes, o que resultou em consequências desastrosas para o povo de Timor-Leste, consequências graves e de longa duração. A escalada de violência teve um efeito multiplicador e foi levada até às aldeias mais pequenas de todo o território. O medo e a desconfiança foram semeados nas comunidades à medida que timorenses eram virados contra timorenses, particularmente em resultado das operações de informação e de vigilância.
A impunidade dos perpetradores e a ausência de qualquer tipo de sistema eficaz que respeitasse o Estado de direito, resultou em um povo que não confiava na polícia ou nos mecanismos da administração civil para sua proteção. O desrespeito aos Direitos Humanos era claro.
Em 2006, o envio de ajuda policial e militar foi solicitado pelas autoridades timorenses, depois de um forte agravamento da crise. Um relatório assinado pelo secretário-geral da ONU recomendou que a força multinacional que viesse a ser estacionada em Timor-Leste, para um total de quase 2.000 efetivos, deveria ter uma composição de 350 militares e 1.600 polícias. A Austrália tomou a frente no processo de intervenção no Timor Leste juntamente com as Nações Unidas.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas, em consonância com as autoridades timorenses acordou que a Missão UNMIT das Nações Unidas e todas as tropas estrangeiras presentes no Timor seriam retiradas até o final de 2012, após a realização das eleições.
O atual problema é que o governo australiano através de um relatório feito pelo Australian Strategic Policy Institute (ASPI) defende a continuação dos militares australianos em Timor-Leste até 2020, o que criou desconforto nos meios políticos timorenses.
O ministro da Defesa da Austrália, Stephen Smith, afirmou em visita oficial ao Presidente Timorense José Ramos-Horta (15/04/11) que o período pós-eleitoral em Timor-Leste é que vai permitir avaliar se as medidas de segurança e estabilização foram bem sucedidas. O ministro australiano afirmou existir no país potencial para uma transição de responsabilidades para as autoridades timorenses, após as eleições, porém esta transição não deverá ser feita de maneira imediata, para evitar uma nova crise.
Para o presidente, José Ramos-Horta, a situação no Timor Leste é “positiva”, admitiu que há aspetos a melhorar, especialmente nas áreas de forças policiais e militares. Mas, segundo ele, esses esforços devem partir do Estado.
“Acredito que, no decorrer deste ano, vamos consolidar ainda mais a reforma das instituições de defesa e segurança, modernizá-las e profissionalizá-las...Hoje são menos de 500 homens e mulheres na Força de Estabilização Internacional, e apenas duas companhias são operacionais. As outras são de serviços de apoio e isso mostra que a situação é de calmaria no Timor Leste”, afirmou o presidente.
E sobe esses argumentos afirma que o prazo máximo para as tropas australianas permanecerem no país deverá ser 2012.